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Foto do escritorMkt Alluri

Um título histórico, baseado em um presidente que pregava o bom senso nas finanças

O Marília Atlético Clube comemorou em 24/08, 50 anos do primeiro acesso para a Série A1 do Campeonato Paulista. O acesso veio com um título após uma combinação de resultados na última rodada e contou com a gestão de Lozano Sola.


A equipe até então nunca tinha disputado o torneio e segundo a Revista Placar da época, o sonho da nação mariliense era disputar partidas contra Pelé, Gérson, Rivellino e Ademir da Guia, que atuavam pelas grandes equipes do futebol paulista.


O clube do interior de São Paulo tinha um baixo orçamento e o presidente Lozano Sola se baseava na condução saudável da equipe: “Nas três vezes em que fui presidente, nunca atrasei pagamento dos jogadores ou fiz dívidas que não podia pagar. Sabem por quê? Eu não cometo loucuras, sei bem o meu lugar”, comentou o presidente para a revista.




A folha salarial da equipe girava em 21.000.00 cruzados mensais. Esses pagamentos eram divididos a partir das receitas do clube que se baseavam em: 10.000.00 em propaganda, 5.000.00 através dos sócios e outras rendas a partir da bilheteria do estádio.


“A cidade ajuda, os jogadores lutam, os diretores brigam, o time ganha e perde, na esperança de alcançar o direito de jogar contra os times de Pelé, Gérson, Rivelino e Ademir da Guia. Durante anos a luta se repete, até que numa noite de festa o sonho se torna realidade. Uma realidade que para muitos dura bem pouco.


O clube não possuía grandes instalações e também o sistema de transporte era amador. Os jogadores se locomoviam nos carros dos dirigentes a fim de economizar - mesmo após a classificação, o sistema de transporte não mudou: “São coisas que não me envergonham e me permitem afirmar: vivo tocando o futebol sem nunca fracassar porque jamais fiz loucuras”.





Para chegar às viagens de longa distância para a capital paulista, o Marília precisou trabalhar muito para conquistar o título. O clube chegou a última fase do campeonato praticamente fora da disputa. A equipe precisava bater o SAAD e que a Catanduvense derrotasse o Rio Preto.


O milagre aconteceu e de forma icônica. O clube recebeu um valor do Rio Preto como bonificação para eliminar o SAAD que brigava pelo acesso. O resultado de vitória fez com que a equipe de Rio Preto pagasse o prêmio, porém, o técnico Alfredinho percebeu que poderia repassar o prêmio a Catanduvense e com isso, a equipe conseguiu o acesso.




Depois dos resultados, a cidade de Marília parou. Pessoas foram às ruas para comemorar o título. Com imagens de santas, orações, alegrias e lágrimas a cidade passou por dias de comemoração, porém, o presidente Sola sabia da dificuldade dos próximos passos: “Amanhã, logo cedo, temos que encomendar um jogo de camisas novas. Precisamos delas para jogar contra o Noroeste”.


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